sexta-feira, novembro 19, 2004

Uma boa notícia para quem gostava da versão on-line do fanzine Esquizofrenia, editado pelo Gilberto Custódio Jr. Ela está de volta, após um grande período de recesso. O Esquizo, como é conhecido, nasceu na segunda metade da década de 90 como zine de papel dedicado ao universo indie. Chegou à Internet, em 2002, através do serviço de hospedagem gratuita Hpg, ligado ao IG. Após, problemas com o serviço, ganhou um domínio próprio. Porém, numa de suas fases de saco cheio, Custódio desistiu de levar adiante esse projeto na net, embora o zine on-paper continuasse sendo editado periodicamente.
Essa volta do Esquizofrenia à rede não significa que ele será atualizado. Ele faz parte do portifólio virtual da designer Fernanda Joy e apresenta outros trabalhos bacanas de sua autoria.
Essa volta vale por textos interessantes escritos por Custódio, como uma histórico da banda Dexy's Midnight Runners, que vai muito além de "Come On Eileen". Tem também uma entrevista que ele fez com os integrantes da banda Pale Sunday, que, como o subtítulo diz, nasceu "de Jarinópolis para o mundo".
Os meus textos preferidos do Esquizofrenia são duas entrevistas que Custóidio fez e tem a mídia como tema principal. Uma delas é com o jornalista Alexandre Matias, que na ocasião, havia acabado de deixar o comando da revista Play (Conrad) e jogou uma farofa básica na ventoinha. A outra é com o Kid Vinil, muito antes dele assumir o cargo de diretor artístico da Rádio Brasil 2000.
Eu colaborei com algumas coisas. Tem uma entrevista com o Thomas Pappon falando sobre "Amanhã é Tarde", CD que marcou o breve retorno do Fellini. Outra entrevista minha é com o também jornalista Ricardo Alexandre, por conta do lançamento da revista Frente (nessa época eu escrevia tenebrosidades como "vai estar", reparem). Eu e Custódio fizemos juntos uma entrevista com Paulo Cesar Martin, o Paulão, do Garagem. A oportunidade surgiu quando o programa deixou de ir ao ar pela Brasil 2000, no final daquele ano. É coisa para caramba, como dizem por aí. Enfim, aproveitem essa volta do Esquizofrenia ao ar.

Nunca pensei que iria novamente me empolgar com um reality show. A versão nacional de "O Aprendiz", exibida pela Record, tem grandes méritos como show de tv. A edição é bem feita. Os participantes foram bem escolhidos. Até Roberto Justus está bem, em que se pese suas limitações. Outro fator positivo que conta é um certo didatismo. O espectador em geral é apresentado ao maravilhoso mundo dos negócios, embora a ênfase seja no marketing.

Agora, é lógico que existem falhas. E elas começaram a aparecer no quinto programa. Primeiro, no que diz respeito a saída da participante Regina. Ela abriu mão de sua participação por um problema médico. Até aí, tudo bem, não é culpa dela, mas não fica claro que a produção fez (ou exigiu) exames de cada um dos candidatos. No BBB tem isso. Evitaria o que se seguiu depois no programa. Justus cumpriu todo o ritual da eliminiação para nada, porque ninguém foi demitido. Teria sido mais inteligente que o próprio apresentador deixasse claro desde o início que não havria espaço para dois eliminados, até para não prejudicar o cronograma. Todo o mise-en-scene foi pra nada.

No mais, não ficou claro que tipo de doença Regina tem. Só foi mostrado um depoimento da dra. Carmen Ruth Manzione pouquissimos detalhes. Alías, fiz uma rápida pesquisa no Google sobre essa médica e apareceram vários resultados com seus trabalhos, todos na área de proctologia. Eis aqui alguns de seus títulos:
-O que fazer na úlcera idiopática anal no doente HIV positivo?
-Infecção perianal recidivante pelo papilomavirus humano
-Doente portador de condiloma acuminado perianal recidivante: o que fazer?

Regina, alías, Regina Lunkes Diehl, escreveu um livro sobre uma outra doença que teve chamada hiperhidrose, que causa suor excessivo nos pés e mãos. Era a minha favorita para ganhar a vaga e trabalhar na empresa de Roberto Justus. Agora, meu palpite é de que o Luiz Suplicy vença a parada.


 
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