domingo, março 30, 2003

Eu também sou adepto do egosurfing.

Já tem um tempinho que eu não falo de futebol aqui, né? Confesso que torci por Portugal no amistoso desse sábado contra o Brasil. Não que eu tenha algo em comum com aquele país. O Brocanelli do meu sobrenome denuncia que tenho muito mais afindidade com a Itália..rs. O motivo principal que me fez vibrar com os lusos está no banco de reservas e se chama Luiz Felipe Scolari. É claro que tenho um time do coração e também torço pela seleção brasielira, principalmente em Copas do Mundo. Mas chega uma determinado momento em que acabamos torcendo não pela camisa, mas pelo sucesso de alguém que adimiramos. Sei que tem muita gente que detesta Scolari, mas sei lá, eu simpatizo com ele. Talvez isso se deva ao fato da temporada pela qual o técnico passou pelo Palmeiras. Foi uma época bacana. O time ganhou uma Libertadores, uma Copa do Brasil, um Rio-São Paulo e uma Mercosul. Fez jogos empolgantes. Nunca me esqueço de uma virada em cima do Flamengo, na Copa do Brasil, com dois gols do Euller quase no final da partida. Enfim, Scolari fez história no Palmeiras e o saldo dele é mais que positivo. Só saiu por causa de uma incompatibilidade de estilos com o presidente Mustafá Contursi, mas deixou portas abertas, principalmente com a torcida. Não fez como Wanderley Luxemburgo que saiu pelos fundos. Por causa disso, Scolari sempre terá um cantinho no meu coração de torcerdor, não importa onde o treinador esteja trabalhando (imagino que algum gaiato aí pode perguntar: mas e se ele for para o Corinthians um dia? he he he)
Sobre o amistoso em si, não foi possível compreender por que o Parreira insiste em usar no 4-4-2 usando laterais que não jogam nesse esquema há anos. Ele tem todo o direito de implantar a sua filosofia de jogo, desde que utilize os jogadores adequados para isso. Cafu e Roberto Carlos já se esqueceram como atuam os laterais clássicos. Os dois estão muito mais para alas ofensivos, até porque é assim que jogam em seus clubes na Europa. Scolari a sensibilidade de adaptar o esquema e fez um 3-5-2 com o qual ganhou a Copa de 2002. Outro ponto negativo na seleção brasileira é a visível falta de motivação de algumas estrelas. Se Parreira quiser contar com esse grupo, vai ter de dar uma tremenda injeção de ânimo em vários jogadores. Pensando bem, uma tarefa desse tipo deve ficar a cargo de Zagallo. Eu ouvi muitos jornalistas dizendo que jovens promessas como Diego, Robinho, Carlos Alberto, Gil e Kléber deveriam figurar nas próximas listas. Conhecendo um pouco o estilo do nosso treinador, acho que essa expectativa será frustrada. Ele deverá continuar chamando os jogadores que atuam fora, como fez na Copa de 94. Naquela época, tinhamos uma geração promissora de jogadores atuando aqui, como Edmundo, Antonio Carlos, Palhinha e Roberto Carlos, entre outros. Porém, contrariando a muitos, Parreira preferiu chamar Branco, Dunga, Aldair, Taffarel, Bebeto e Romário, atuando em clubes do exterior. Sua aposta deu certo e levamos a taça. Pode ser que ele tenha mudado de opinião e chame os craques daqui, mas duvido muito. O próximo adversário deverá ser o México, em abril. Vamos ver se Parreira tem algum coelho na cartola ou se o torcerdor mais apaixonado continuará se aborrecendo.

 
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