sábado, novembro 02, 2002

Já falei aqui sobre a revista eletrônica Rabisco. Pois é, ela vai para sua sexta edição e digo que merece ser acompanhada com mais atenção. Os textos são agradáveis, nada afetados, com visões bastante interessantes sobre a cultura pop, além de outras coisas muito bacanas. Um de meus destaques é uma reportagem sobre o Mesa Redonda. Sim, aquele programa de debates futebolisticos dos domingos à noite na TV Gazeta que é cult para alguns e aborrecido para outros. Mas, concordando com o lead do texto, é um programa que até mesmo quem não gosta de futebol deve ver por causa da dialética dos apresentadores Roberto Avallone e Chico Lang. Eu confesso que nem gostava muito da Mesa, devido ao excesso de merchandising que interrompia os debates. Era comum ver Avallone interrompendo convidados do porte de um Telê Santana para fazer um testemunhal qualquer. De uns tempos para cá, ao que parece, disciplinaram um pouco as intervenções comerciais e o programa ficou mais agradável de se assitir.
O texto fala um pouco da característica de Roberto Avallone em permear suas falas com sinais gráficos. Sempre que faz uma pergunta, o jornalista faz questão de de completar a frase com um "interrogação", entre outros maneirismos do tipo. Para o Rabisco, ele diz que é "uma herança dos meus tempos de jornalista de meios impressos, quando tudo tinha que ficar bem claro". Porém, o antigo colunista social Ibrahim Sued já fazia algo semelhante quando teve um espaço na TV Globo, nos idos dos anos 70, usando os "dois pontos" na tv. Mas não é o caso de plágio até porque Avallone foi bem mais longe que Sued no uso de "interrogações", "vírgulas" e "dois pontos". Trata-se daquilo que os críticos musicais gostam de chamar de influência.
Mas o Rabisco não tem só a Mesa Redonda. Há textos sobre Almodóvar, Rolling Stones e Carlos Drummond de Andrade, que completaria 100 anos se estivesse vivo. Recomendo a leitura.

 
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